Este é o cenário de uma história de sucesso que eu vou te contar agora.
Eu saía de uma reunião em um
importante escritório de advocacia e, ao descer a rua 7 de abril, no
centro de São Paulo, me deparei com uma aglomeração de homens
engravatados e mulheres com seus blazers e saias…
Estavam todos ao redor de um
senhor de avental azul e um boné vermelho, se não me engano, da Coca
Cola, que tirava algo de uma caixa grande de isopor e gelo.
Como a maioria das pessoas,
eu sou curioso e, mesmo atrasado para uma outra reunião, não pude evitar
de me aproximar daquela pequena multidão.
Me aproximei o máximo que pude e vi que o homem estava simplesmente vendendo abacaxis. Ou melhor, tiras de abacaxi.
Por R$ 1, (lembre-se, isso
aconteceu em 1997), o homem entregava uma tira de abacaxi,
milimetricamente cortada, gelada e com um plástico para não sujar as
mãos dos clientes.
Durante os 20 minutos que
fiquei lá observando, o homem deve ter repetido a sequência de entregar a
tira de abacaxi, enxugar as mãos e guardar o dinheiro no bolso umas 100
vezes.
E parecia feliz por isso…
Não tanto quanto seus clientes, que aliviavam o calor escaldante que fazia naquele dia…
Em mais alguns minutos, o homem subiu em um banquinho e gritou:
“Pessoal, desculpa, mas acabou o abacaxi! Agora só amanhã às 11h30.”
Era como se o homem tivesse virado o isopor cheio de gelo na cabeça de cada um dos que esperavam sua vez na fila…
Enquanto ele desmontava sua
estrutura, que nada mais era que um suporte para o isopor, um banquinho,
uma caixa de isopor e uma caixa de metal para guardar o dinheiro, me
aproximei dele…
Não consegui controlar meu ímpeto e fui logo perguntando: “E aí, dá pra ficar rico?”
Ele riu, respirou fundo, olhou nos meus olhos e disse:
“Dá”.
Simples assim…
Mas eu queria saber mais, sobre como ele tinha chegado até ali…
Ele me pediu uns minutos para guardar as coisas na sua pequena van e já me contava tudo…
Minutos depois, ele voltou com dois banquinhos plásticos e me disse:
“Senta aí...vou te contar como vim parar aqui”
Ele começou a contar sua
história. Ficou 23 anos trabalhando em um restaurante italiano. Começou
como auxiliar de cozinha, cozinheiro e ficou 14 anos como garçom.
Um dia, o dono do
restaurante reuniu os funcionários e disse: “vamos fechar...não tenho
mais o que fazer. Nem tenho como pagar vocês agora. Mas vou pagar um
dia.”
Ele voltou pra casa, triste e sem perspectiva alguma de receber seus direitos trabalhistas e nem sequer o salário do mês.
Depois de alguns dias em
casa, pensando no que fazer, ele precisava dar um jeito de ganhar
dinheiro. As dívidas já estavam crescendo…
A mulher e as filhas adolescentes não trabalhavam...Era ele ou ele...E Deus…
Aluguel atrasado, prestação do carro usado atrasada, cartão de crédito com limite baixo…
Em uma sexta-feira, ele foi
encontrar o ex-patrão para pedir algum dinheiro emprestado para pagar
algumas contas, enquanto o acordo não saía…
O patrão disse que não tinha muito e deu pra ele uma pequena quantia e disse.
“Transforme esse dinheiro para gerar mais dinheiro. E organize-se. Não faça com eu fiz.”
Ali do centro de São Paulo,
ele andou alguns minutos e entrou no Mercado Municipal para tomar um
caldo de cana e ter alguns momentos de prazer em meio à confusão que sua
vida tinha se transformado.
Lá dentro ele viu uma placa que mudou sua vida.